Faltam seis semanas epidemiológicas para o fim de 2015, mas o Ceará
já registrou no ano quase o triplo dos casos de dengue em relação a
2014. Foram 52,9 mil confirmações da doença até a última sexta-feira,
20. O ano passado inteiro teve 18,2 mil casos no Estado. Com os dados, o
Ceará já tem a quarta maior epidemia desde 1986, se comparadas as taxas
de incidência da dengue por 100 mil habitantes. Em números absolutos, o
total de casos só é menor que de 2011, quando foram 56,8 mil
confirmações.
Enquanto o ano passado teve 30
municípios cearenses com 300 casos por 100 mil habitantes, a lista em
2015 sobe para 75 cidades. O índice caracteriza epidemia, segundo
critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS). Neste ano, 100
pacientes morreram com dengue.
Para o médico Roberto da Justa, diretor do Hospital São José de
Doenças Infecciosas, existem três fortes aspectos para o descontrole da
doença. O primeiro é a versatilidade do mosquito Aedes aegypti, capaz de
se proliferar nos pequenos acúmulos de água. Más condições de
saneamento básico e de coleta do lixo são o segundo fator, com as
cidades propícias à reprodução do inseto. O terceiro fator é não
eliminação dos focos do mosquito.
No Brasil
O
salto nos número da dengue em 2015 é também realidade no País. Foram
mais de 1,5 milhão de casos prováveis até a 45ª semana epidemiológica.
No ano passado, o mesmo período teve 555,4 mil registros. Os dados foram
apresentados em entrevista coletiva pelo ministro da Saúde, Marcelo
Castro, na manhã de ontem, em Brasília.
O Aedes aegypti
também transmite os vírus Zika e chikungunya. Por isso, a estratégia é
testar tecnologias contra o inseto, como o mosquito transgênico, o
infectado com a bactéria Wolbachia ou a vacina contra. A mais palpável é
a vacina, segundo Roberto da Justa. “Falta pouco para que ela seja
aprovada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária e terá bom impacto
na prevenção”, projeta.
Fonte: O Povo
0 comentários:
Postar um comentário