quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Ceará tem o segundo maior número de casos de dengue em 30 anos

Faltam seis semanas epidemiológicas para o fim de 2015, mas o Ceará já registrou no ano quase o triplo dos casos de dengue em relação a 2014. Foram 52,9 mil confirmações da doença até a última sexta-feira, 20. O ano passado inteiro teve 18,2 mil casos no Estado. Com os dados, o Ceará já tem a quarta maior epidemia desde 1986, se comparadas as taxas de incidência da dengue por 100 mil habitantes. Em números absolutos, o total de casos só é menor que de 2011, quando foram 56,8 mil confirmações.
 
Enquanto o ano passado teve 30 municípios cearenses com 300 casos por 100 mil habitantes, a lista em 2015 sobe para 75 cidades. O índice caracteriza epidemia, segundo critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS). Neste ano, 100 pacientes morreram com dengue.

Para o médico Roberto da Justa, diretor do Hospital São José de Doenças Infecciosas, existem três fortes aspectos para o descontrole da doença. O primeiro é a versatilidade do mosquito Aedes aegypti, capaz de se proliferar nos pequenos acúmulos de água. Más condições de saneamento básico e de coleta do lixo são o segundo fator, com as cidades propícias à reprodução do inseto. O terceiro fator é não eliminação dos focos do mosquito.

No Brasil

O salto nos número da dengue em 2015 é também realidade no País. Foram mais de 1,5 milhão de casos prováveis até a 45ª semana epidemiológica. No ano passado, o mesmo período teve 555,4 mil registros. Os dados foram apresentados em entrevista coletiva pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro, na manhã de ontem, em Brasília.

O Aedes aegypti também transmite os vírus Zika e chikungunya. Por isso, a estratégia é testar tecnologias contra o inseto, como o mosquito transgênico, o infectado com a bactéria Wolbachia ou a vacina contra. A mais palpável é a vacina, segundo Roberto da Justa. “Falta pouco para que ela seja aprovada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária e terá bom impacto na prevenção”, projeta.

Fonte: O Povo

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