Neste ano, o número de inscritos que vão tentar o Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem) pela primeira vez – 2,5 milhões – representa menos
da metade do total de candidatos que já fizeram a prova em edições
anteriores: 5,2 milhões. Desde 2010, é a primeira vez que a quantidade
de veteranos supera a de novatos. Em relação ao ano passado, a redução
de candidatos estreantes foi de 47%.
Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Pesquisas e
Estudos Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação
responsável pela prova. O Enem 2015 também apresentou um inédito recuo
do total de candidatos – 7,7 milhões, ante 8,7 milhões no ano passado,
queda de 11%.
Na comparação com o Enem 2014, o recuo dos estreantes no exame foi
mais acentuado entre os candidatos ainda no começo ou na metade do
ensino médio (cerca de 20%). Esse grupo, na maioria, é formado pelos
treineiros: alunos que ainda não podem tentar uma vaga na faculdade, mas
querem ter uma experiência real de prova.
A divisão por idade também mostra que a redução foi maior entre os
bem jovens. O grupo de candidatos com 16 anos ou menos, que normalmente
ainda não chegou ao 3.º ano do ensino médio, está quase 40% menor do que
na edição anterior.
O presidente do Inep, Chico Soares, também atribuiu a queda, em
parte, a mudanças nas regras para a dispensa do pagamento de taxas de
inscrição. Candidatos que declaram carência socioeconômica e não
comparecem aos dois dias de exame perdem o direito de pedir novamente a
dispensa no pagamento das taxas no ano seguinte. “Talvez quem não esteja
muito seguro tenha optado por fazer o Enem somente no ano que vem”,
analisou Soares. “O importante é ressaltar que ninguém ficou de fora por
falta de condições financeiras para o pagamento das taxas.”
A regra, estudada pelo instituto há alguns anos, tem o objetivo de
inibir a abstenção no exame. No ano passado, a taxa de faltosos foi de
28%, considerada alta. Isso leva a gastos desnecessários com a impressão
e o transporte das provas, além da contratação de fiscais. Na edição de
2010, por exemplo, 86% dos candidatos ausentes eram de escola pública.
Já a quantidade de estudantes que enfrentaram a prova uma ou mais
vezes teve um salto de 53% – de 3,4 milhões para 5,2 milhões do Enem
passado para o deste ano. O Inep, porém, não apresentou explicação para o
fenômeno. Essa fatia de candidatos crescia desde 2013, mas o aumento
brusco surpreendeu especialistas. As informações são do jornal O Estado
de S. Paulo.
Fonte: Ceará Agora
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