terça-feira, 7 de abril de 2015

Ex-jogador e atual deputado, Jardel demite assessores e some

O cearense Mario Jardel, que começou a carreira no futebol pelo Ferroviário, com passagem pelo Grêmio (Porto Alegre) e Porto de Portugal e, hoje, é deputado estadual no Rio Grande do Sul, ganhou, nas últimas 24 horas, as manchetes de sites de notícias, programas de rádio e de televisão e dos jornais com a decisão de demitir todos os assessores parlamentares, tirar licença da Assembleia Legislativa gaúcha e embarcar com destino ao Ceará.

Uma das versões para a inesperada decisão é que Jardel passa por problemas de saúde, como estresse e depressão. Familiares contestam a informação. Outra versão aponta que Jardel teria se recusado a ceder a pressões do PSD – sigla a qual é filiado, na montagem da assessoria parlamentar do seu gabinete na Assembleia Legislativa. Em meio a especulações, Jardel mergulhou, tirou uma licença para tratamento de saúde e teria viajado para Fortaleza.

De acordo com reportagem do Jornal O Globo, edição desta terça-feira (07/04), ‘’o deputado estadual do Rio Grande do Sul Mario Jardel (PSD), eleito pela primeira vez no ano passado com mais de 40 mil votos, exonerou todo o seu gabinete nessa segunda-feira e entrou em licença médica de nove dias depois de acusar o partido de “aparelhar” seu mandato. As 21 exonerações, que incluem oito servidores da bancada do PSD na Assembleia, do qual Jardel é o único representante, foram publicadas no Diário Oficial do órgão.

Junto com as exonerações, o Diário da Assembleia publicou também a nomeação de quatro novos servidores para o gabinete de Jardel — que deve reorganizar seu mandato até a próxima sexta-feira, quando retorna da licença. O deputado, que foi atacante do Grêmio na campanha do bicampeonato da América em 1996 e bola de ouro jogando pelo Porto em 1999, se licenciou da Assembleia até o dia 9 de abril.

A alegação oficial é de estresse e depressão, mas o atual chefe de gabinete de Jardel, Cristian Lima, acusou ex-servidores do deputado de o coagirem a tomar medidas administrativas contra a sua vontade e de, inclusive, ameaçá-lo de morte.

— Foi uma medida drástica motivada pelo menosprezo que o partido vinha tendo pelo deputado. O Jardel não indicou nenhum dos seus assessores, quando chegou já estavam todos nomeados. Além disso, havia servidores respondendo a processos criminais na justiça federal. A situação ficou insustentável quando começaram a ameaçar a família e o próprio deputado de morte — alegou Lima.

Um servidor nomeado nesta segunda-feira confirmou que o deputado “estava sendo passado para trás” pelos CCs (cargos de confiança) do gabinete. Segundo o funcionário, os servidores demitidos obtinham vantagens pessoais sem a concordância do parlamentar.

A superintendência da Assembleia Legislativa do Estado informou que não recebeu nenhum pedido de licença e não concedeu nenhuma autorização de afastamento da atividade parlamentar para Jardel. O assunto deve ser tratado na reunião desta terça-feira da mesa diretora do órgão.

Depois das exonerações, Jardel viajou com a família para um lugar não informado pela sua assessoria. Segundo o chefe de gabinete, a intenção do parlamentar era passar a semana em Portugal, onde moram dois filhos do primeiro casamento do ex-jogador de futebol. Mas a viagem teria sido cancelada devido à grande repercussão do caso. O deputado não atendeu às chamadas nos dois celulares que mantém.

Ídolo da torcida tricolor, Jardel ingressou na política apadrinhado por outro ícone gremista — o goleiro Danrlei, eleito deputado federal pelo PTB em 2010 e que migrou para o PSD um ano depois. O atacante, nascido no Ceará, iniciou sua carreira no Vasco, onde jogou de 1992 a 1994, antes de ser transferido para o clube gaúcho. O melhor momento da carreira foi na Europa: como atacante do Porto, onde jogou por quatro temporadas, marcou 130 gols em 125 jogos.

Fonte: Ceará Agora

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