quarta-feira, 18 de março de 2015

Dilma tem desaprovação de 62% dos brasileiros

As promessas de campanha feitas, em 2014, e ignoradas nos primeiros meses do segundo mandato, o aumento do custo da energia elétrica, as medidas do ajuste fiscal, com elevação da carga tributária e redução de benefícios como o seguro desemprego e da pensão por morte, além da crise política, fizeram despencar a popularidade da presidente Dilma Rousseff.

Uma pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada, nesta quarta-feira, aponta que 62% dos brasileiros desaprovam o Governo Dilma. É a maior rejeição a um presidente da República desde a crise política do início dos anos 90 que terminou com o impeachment do então presidente Collor de Mello. A pesquisa foi realizada após as manifestações que levaram mais de 2 milhões de brasileiros às ruas, no último domingo, em protesto contra a corrupção, a volta da inflação e o aumento da energia.

Segundo o Instituto Datafolha, a pesquisa feita entre segunda e terça, revela que 62% dos brasileiros classificam a gestão da presidente Dilma como ruim ou péssima. Há 22 anos, quando Collor estava prestes a cair, sua reprovação era de 68%. O Datafolha apurou que, com indicadores de expectativa econômica batendo recordes negativos, a reprovação de Dilma subiu 18 pontos na desde fevereiro.

A pesquisa foi feita com 2.842 eleitores logo após as manifestações de domingo, atos contra Dilma que levaram milhares às ruas. De acordo com a série do Datafolha, é a primeira vez que a petista enfrenta insatisfação da maioria da população em relação ao seu governo.

Há outro motivo de preocupação nos números do Instituto Datafolha: a taxa de aprovação chegou ao ponto mais baixo desde o início de seu primeiro mandato. Os que julgam sua gestão como boa ou ótima somam 13%. O percentual é comparável, em termos negativos, aos piores momentos dos ex-presidentes Itamar Franco (12% de aprovação em novembro de 1993, época do escândalo do Orçamento, na Câmara) e Fernando Henrique Cardoso (13% em setembro de 1999, quando a população sentia os efeitos da desvalorização do Real). Além do próprio Collor na fase pré-impeachment (9%).

Dilma enfrenta o pior índice de aceitação popular no ciclo de 12 anos de mandatos do PT: durante os dois mandatos do ex-presidente Lula, a pior taxa de aprovação foi de 28% (dezembro de 2005) logo após a cassação do mandato parlamentar de José Dirceu (PT-SP) na Câmara, acusado de corrupção no mensalão.

A pesquisa do Instituto do Datafolha tem margem de erro de dois pontos percentuais para cima ou para baixo e mostra deterioração da popularidade de Dilma em todos os segmentos sociais analisados pelo instituto. As taxas mais altas de rejeição estão nas regiões Centro-Oeste (75%) e Sudeste (66%), nos municípios com mais de 200 mil habitantes (66%), entre os eleitores com escolaridade média (66%) e no grupo dos que têm renda mensal familiar de 2 a 5 salários mínimos (66%). Já a maior taxa de aprovação está na região Norte, a menos populosa, com 21%.

No Nordeste, onde a presidente obteve expressiva votação por sua reeleição, em outubro de 2014, só 16% aprovam seu governo atualmente.

Nas pesquisas de avaliação de governo, o Datafolha costuma pedir para os entrevistados atribuírem uma nota de 0 a 10 ao mandatário objeto do levantamento.

A atual nota média de Dilma é 3,7, também a pior desde sua chegada à Presidência, em 2011. Em fevereiro a nota média era 4,8. No primeiro mandato, a pior média apurada foi 5,6, em pesquisas feitas em junho e julho de 2014.

O Datafolha também perguntou aos entrevistados sobre o engajamento em atos a favor e contra Dilma: 4% disseram ter participado de algum evento contra ela no domingo, o que, projetado sobre o eleitorado, dá 5,7 milhões de pessoas. Outros 3% confirmaram participação em atos a favor dela neste ano, algo como 4,3milhões de pessoas.

Com informações do Instituto Datafolha e Jornal Folha de São Paulo.
Fonte: Ceará Agora

0 comentários:

Postar um comentário